Prolapso Uterino em Éguas
- vetcaballus
- 26 de mai. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 31 de mai. de 2022
Aprenda o que é o prolapso uterino, suas origens e o que fazer!

O que é o Prolapso Uterino e o que isso pode significar para a minha égua?
O Prolapso Uterino é uma afecção reprodutiva caracterizada pela exposição parcial ou total do útero, ou seja, o órgão desloca-se de sua posição anatômica para o ambiente exterior, podendo evidenciar parte de sua estrutura ou toda ela. É uma enfermidade de raro acometimento em éguas, mas que, quando evidenciada, pode ocasionar dor, comprometimento reprodutivo, edema, congestão, eventual isquemia e necrose da parede uterina, aumento da frequência cardiorrespiratória, prostração, lacerações com hemorragia e até choque hipovolêmico ocasionando óbito. (PRESTES & LOURENÇÃO, 2015)
Qual é a origem desse prolapso? Como consigo identificá-lo?
Apesar da forma do útero, sua disposição anatômica e as características de seus ligamentos dificultarem o prolapso genital em éguas, fatores predisponentes como partos distócicos, atonia uterina, edema exacerbado nos órgãos genitais, éguas de idade avançada com flacidez de ligamentos, retenção de placenta e hipocalcemia pós-parto, podem levar a ocorrência desta patologia, manifestando-se no pós-parto imediato ou algumas horas após a expulsão. (JÚNIOR et al, 2009)
Para diagnóstico definitivo os sinais clínicos são suficientes, pois há visualização de um ou ambos cornos uterinos e endométrio, podendo ou não haver hemorragia (Figura 1). (CARVALHO & LEAL, 2017)
Figura 1. A) Prolapso uterino hemorrágico. B) Prolapso uterino. Fonte: Júnior et al. 2009.
A) B)


Qual o tratamento?

A abordagem clínica adequada deve ser realizada por um médico veterinário qualificado, capaz de conduzir o tratamento de acordo com o quadro apresentado.
O manejo do prolapso uterino ainda apresenta certas controvérsias, no entanto, de maneira geral, indica-se a lavagem do útero exposto com solução fisiológica e antisséptico não irritante, seguido do seu reposicionamento para o local de origem mediante anestesia, suturando a comissura vulvar para inviabilizar recidiva e garantir a involução uterina. Retira-se os pontos após aproximadamente 10 dias. Deve-se ainda realizar antibioticoterapia sistêmica, aplicação de soro antitetânico e administração de analgésico e solução fisiológica ou glicofisiológica por via intravenosa. Caso haja um quadro mais grave, apresentando lacerações extensas e hemorragias, é necessário a realização de histerectomia total imediata, ou seja, retirada cirúrgica de todo o útero, necessitando encaminhamento ao hospital. (CARVALHO & LEAL, 2017)
Texto por: Júlia Peixoto, Médica Veterinária – Caballus Vet.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Allysson; LEAL, Diogo. Patologias Reprodutivas Puerperais em Grandes Animais. Simpósio de TCC e Seminário de IC, 2017/1º. 1240 p.
JÚNIOR, Dinamérico; BARROS, Mychelle; SILVA, Elayne; HOLANDA, Lidiana. Prolapso uterino em éguas – Relato de caso. Evento JEPEX, 2009. Disponível em www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/r0230-1.pdf
PRESTES, Nereu; LOURENÇÃO, Josiane. Como enfrentar os obstáculos frequentes em éguas portadores de alterações genitais passíveis de tratamento cirúrgico. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.39, n.1, p.214-219, jan./mar. 2015. Disponível em www.cbra.org.br
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